24 de agosto de 2009

O PROBLEMA DA UNIÃO E O DA LÍNGUA DE TRAPOS

Cavaco Silva acaba de vetar alterações À lei das uniões de facto. Porque transforma este contrato civil num "paracasamento". No seu comunicado o presidente da república alega que as duas coisas não são comparáveis e por isso qualquer aproximação lesaria muitos cidadãos. Não nega as estatísticas (porque não pode)que apontam na direcção do crescimento deste tipo de união, mas nega a igualdade de tratamento.
Nenhum de nós espera que o antigo primeiro-ministro que (tal como Santana Lopes, Deus lhe cubra o gel de bênçãos...) foi ao Vaticano beijar a mão ao papa, e está casado com a mesma pessoa há décadas, reconheça que duas pessoas livremente unidas, sem padre, seja uma coisa a sério. Já na lei do divórcio a orientação foi a mesma.
O que nós dispensávamos, no homem simples, do povo, que se formou e progrediu com trabalho era o discurso hipócrita. O que diz que a razão do seu veto está em proteger os casais em união de facto e que "uma opção de liberdade a que correspondem efeitos jurídicos menos densos e mais flexíveis do que os do casamento".
Não seria mais fácil falar verdade e dizer que aos seus olhos e aos do seu Deus, há a união abençoada e o concubinato. E que se toda gente optar por este, os padres ficam ainda com menos poder e o Vaticano contará ainda menos?
Liberdade de veto sim, mas não é preciso mentir nas razões. Já somos todos grandinhos, não?

1 comentário:

Sílvia disse...

É isso, querem-nos casar à força!
Palhaçadas, é o adjectivo que resume uma série de medidas políticas...concubinatos partidários em vésperas de eleições é o que também é.
Sílvia